Este estudo teve como objetivo avaliar as diferenças na formação e lise de fibrina entre pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) e controles. Tentou-se entender a dinâmica da formação de fibrina e fibrinólise e como estas podem estar relacionadas com o desenvolvimento do AVCi. Foram realizados estudos funcionais de formação de fibrina e fibrinólise no plasma de 41 pacientes com AVCi e de 58 controles, utilizando um ensaio turbidimétrico baseado na medição contínua da absorbância durante a formação e lise do coágulo. O plasma foi ativado com fator tissular recombinante e cálcio, e foi adicionado plasminogênio tissular recombinante para induzir a lise do coágulo. Parâmetros derivados das curvas obtidas foram analisados: tempo de coagulação (Tc), absorbância máxima (Amax) e tempo de fibrinólise (Tf), sendo comparados entre os diferentes grupos. Os pacientes com AVCi apresentaram um Tc significativamente maior (915 ± 102 s) em comparação com os controles com fatores de risco (CCFR) (726 ± 95 s) e sem fatores de risco (CSFR) (674 ± 105 s). Os pacientes com AVCi apresentaram uma Amax superior (0,768 ± 0,066 UA) em comparação com CSFR (0,666 ± 0,053 UA), com significância estatística. O Tf foi significativamente maior em pacientes com AVCi (1621 ± 180 s) do que nos CCFR (1340 ± 130 s) e CSFR (1373 ± 153 s). Esses resultados sugerem que os pacientes com AVCi apresentam uma formação de fibrina mais lenta e uma fibrinólise mais prolongada, o que pode contribuir para a patogênese do AVCi.
