
A determinação de anticorpos antinucleocitoplasmáticos (AAN) por imunofluorescência indireta fornece informações muito úteis na abordagem de doenças reumáticas autoimunes sistêmicas (DRAIS): a detecção de AAN, o título e os padrões observados, bem como um resultado negativo, podem ter grande valor diagnóstico e/ou prognóstico. O objetivo principal deste trabalho foi avaliar a utilização dos AAN na abordagem das DRAIS, e a frequência e relevância da sua solicitação no Hospital Geral Interzonal de Agudos “Dr. Oscar Alende” de Mar del Plata. Foram calculadas as frequências de: AAN positivo, padrões observados, diagnósticos associados e serviços médicos envolvidos. Testes de independência (Qui-quadrado) foram realizados para avaliar se o título dependia da presença de doença autoimune e se a presença de anticorpos específicos dependia do título de AAN. Foi detectada uma frequência de AAN de 55%, sendo os padrões AC-4,5 os mais frequentes. Verificou-se que o título de AAN dependia da presença de doença autoimune e que a presença de anticorpos específicos dependia do título de AAN. Trinta e oito por cento dos diagnósticos notificados corresponderam a DRAIS. A solicitação de AAN foi observada em diversos outros contextos clínicos nos quais não estava indicada, principalmente por serviços não especializados em autoimunidade, em detrimento do seu valor preditivo positivo. Para otimizar a qualidade do processo de atendimento ao paciente e avaliar a economia sanitária envolvida, são essenciais a formação adequada da equipe nos quais não estava e o diálogo interdisciplinar.