
A nefrolitíase, uma condição comum em nossa comunidade, é caracterizada por sua alta taxa de recorrência e risco de complicações a longo prazo. Identificar as anormalidades metabólicas subjacentes é crucial para prevenir e tratar eficazmente essa doença. Este estudo teve como objetivo classificar as alterações metabólicas associadas à formação de cálculos renais em pacientes avaliados ao longo de duas décadas. Foram examinados dados de pacientes submetidos ao Estudo Metabólico de Litíase Renal de acordo com o protocolo de Charles C. Pak. Os resultados revelaram que apenas 3% dos pacientes não apresentavam anormalidades metabólicas detectáveis. No resto foram identificadas várias causas, sendo a hipercalciúria a mais comum, seguida de hipocitratúria, hiperuricosúria, hipomagnesúria e outras causas menos frequentes, como diátese gotosa ou acidose tubular renal. Dentro da hipercalciúria, a hipercalciúria absortiva tipo II destacou-se como a principal causa, seguida por aquela de origem renal e outros subtipos menos comuns. A hipercalciúria também foi frequentemente associada à hipocitratúria e hiperuricosúria. Esses achados refletem a prevalência de anormalidades metabólicas relacionadas ao excesso de cálcio na urina, sendo a hipercalciúria absortiva tipo II a mais relevante. Um diagnóstico oportuno, por meio de estudos metabólicos abrangentes, permite implementar medidas dietéticas e terapias específicas para prevenir recorrências e proteger o tecido renal.